Prefeitura Municipal de Bom Despacho

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Ex-Prefeito Roberto de Melo Queiroz

Ex-Prefeito Roberto de Melo Queiroz

Roberto de Melo Queiroz

(01 de fevereiro de 1963 a 31 de janeiro de 1967)

Nascimento: 05 de novembro de 1924

Filiação: Roberto de Queiroz Cançado e Maria de Melo Queiroz

Cônjuge (s): Joesse da Silva Maia; Dail Lapone Maia

Filhos: Roberto de Melo Queiroz Júnior; Sônia Maria de Melo Queiroz; Domingos Sávio de Melo Queiroz; Elida Maria de Melo Queiroz; João Bosco de Melo Queiroz; Edson de Melo Queiroz; Alex Maia de Melo Queiroz; André Maia de Melo Queiroz; Iara Maia de Melo Queiroz; Alexandre Maia de Melo Queiroz

Ocupação principal: Médico, fazendeiro e político.

Falecimento: 28 de março de 1999.

Roberto de Melo Queiroz, nasceu em 05 de novembro de 1924, na fazenda de seu pai, denominada de Fazendinha, zona rural em Bom Despacho. Filho de Maria de Melo Queiroz, tradicional de Pará de Minas, e do fazendeiro Roberto Queiroz Cançado, o famoso coronel Robertinho, que foi um dos chefes políticos mais importantes da cidade. O coronel foi vereador e presidente da Câmara Municipal, chegando a exercer o cargo de prefeito, quando o Dr. Francisco de Araújo Lopes Cançado afastou-se da Prefeitura, junto ao seu vice. Desta forma, a vida política já tinha fortes raízes na família Queiroz.

Foi no Grupo Escolar Cel. Praxedes que Roberto de Melo Queiroz concluiu o ensino primário. No Instituto Padre Machado, em Belo Horizonte, iniciou o ginásio, concluído em Pará de Minas, no tradicional Ginásio São Francisco. Retornou à capital mineira, onde finalizou o Curso Científico no Colégio Afonso Arinos e a graduação na Faculdade de Medicina da UFMG.

Aos 26 anos, casou-se com Joesse da Silva Maia, professora de História, natural de Belo Horizonte. E logo depois, retornou à Bom Despacho para trabalhar na Clínica Nossa Senhora de Lourdes, localizada na antiga Praça Santa Rita, onde atualmente está o colégio Millenium, com Dr. Francisco de Araújo Lopes Cançado, um dos líderes do PSD na cidade, e seu primo.

Era um período de bastante agitação política no Brasil. Os partidos, principalmente PSD e UDN, eram ferrenhos opositores no cenário nacional. Bom Despacho não se isentava disso. Dr. Roberto logo teria adversários políticos, uma vez que se aproximou do PSD. Um destes adversários foi o Dr. Miguel Marques Gontijo que, segundo Guerra, “fazia do seu consultório na Praça da Matriz o quartel-general da poderosa UDN”. No entanto, apesar das divergências políticas, Dr. Roberto foi convidado para trabalhar como sócio na clínica de Dr. Miguel. Todavia, foi desencorajado pelo pai, Cel. Robertinho, que entendia que o pessoal da UDN tentava dar um golpe político neles, os Queiroz – Lopes Cançado.

Estimulado pelo seu pai, que buscava a derrota da UDN na cidade, em 1962, Dr. Roberto lançou campanha para as eleições para prefeito. Cel. Robertinho mobilizou a família para a vitória de seu filho. Convocou seu sobrinho, o advogado Orlando Lopes Cançado, para administrar a campanha. Este também acabou lançando candidatura para vereador. Geraldo Queiroz, irmão de Dr. Roberto, tornou-se o comandante e, através desta mobilização a vitória estava garantida. A coligação PTB-PSD confrontou a fortaleza da UDN, partido de figuras tradicionais de Bom Despacho. Desta forma, Dr. Roberto derrotou seu oponente, o empresário natural de Itaúna, Afonso Nogueira, e em 01 de fevereiro de 1963, assumiu a Prefeitura de Bom Despacho.

Segundo relatado pelo próprio Dr. Roberto, na época de sua administração a cidade praticamente não tinha arrecadação de impostos, mas, ainda assim, conseguiu realizar algumas obras, entre elas, o calçamento da atual Avenida das Palmeiras. Local onde também foi instalada rede de esgoto e diversas palmeiras foram plantadas.

Em seu governo também pode-se citar: a construção da sede do Tiro de Guerra; a instalação da agência do Banco do Brasil; instalação do armazém de Cobal – Cia. Brasileira de Alimentos; a chegada de uma ambulância para o transporte de enfermos; um jipe para a Delegacia de Polícia; ampliação da caixa d’água, no alto da Cruz do Monte; perfuração de poços artesianos; construção da estrada rural para a Passagem e da estrada de acesso a Bom Despacho, passando pela Tabatinga até a BR-262; instalação do primeiro Museus da cidade; criação do Ginásio Industrial Estadual, atual Escola Estadual Wilson Lopes do Couto; criação e organização da Biblioteca Municipal, em 1964.

Roberto de Melo Queiroz, como prefeito, foi um grande incentivador da cultura. Por esta razão, recebeu a Homenagem Especial do I Seminário de Cultura de Bom Despacho, promovido pela Câmara Municipal, em 1996, com a presença da secretária de Cultura de Minas Gerais, Berenice Menegale.

O mandato de Dr. Roberto passou por um dos momentos mais enfáticos da história do Brasil, o golpe militar de 1964. Como membro do PSD, partido que teve alguns de seus representantes perseguidos e que, posteriormente, com o advento do Ato Institucional número 2, seria excluído da cena política, Dr. Roberto foi aconselhado pelo padre Henrique Hesse a renunciar seu cargo em detrimento de seu vice, Pedro Tavares Gontijo, membro da UDN. Todavia, apesar de fazer parte de uma oposição, o prefeito cumpriu seu mandato até o fim, quando entregou o poder à Geraldo Simão Vaz, candidato eleito em 1967.

Ao deixar a vida política, Dr. Roberto iniciou sua vida de empresário/fazendeiro, quando seu pai o agraciou com um pedaço de terra na Fazendinha. Através de um empréstimo no Banco do Brasil, adquiriu uma patrulha mecanizada que possibilitou a formação de 600 hectares de pastagens em cerrado vermelho. Na Fazenda Experimental do Ministério da Agricultura, obteve os primeiros touros holandeses vermelho/branco. Com a criação deste gado, sua Fazenda Volta Grande tornou-se um exímio empreendimento. Foi o primeiro fazendeiro a instalar uma ordenha mecânica em circuito fechado, convertendo-se em um dos maiores produtores de leite do Município. Ademais, foi um dos fundadores da Cooperativa Agropecuária de Bom Despacho, cujo primeiro presidente foi seu pai, Roberto de Queiroz Cançado.

Com sua primeira esposa, Joesse da Silva Maia, teve seis filhos.

Ainda no primeiro ano de seu mandato, Joesse Maia veio a falecer, depois de longa enfermidade e, em 1964, Dr. Roberto casou-se novamente, com Dail Lapone Maia, com quem teve quatro filhos: Alex Maia de Melo Queiroz; André Maia de Melo Queiroz; Iara Maia de Melo Queiroz; e Alexandre Maia de Melo Queiroz.

Fazendeiro, político, homem público e médico. Dr. Roberto, entre todas suas ocupações, dedicou sua vida a medicina, trabalhando em sua clínica no Hospital Dr. Miguel Gontijo, onde, posteriormente, tornara-se sócio. Falecido no ano de 1999, hoje seu nome está registrado em uma bela e famosa avenida da cidade, a Avenida Dr. Roberto de Melo Queiroz.