Prefeitura Municipal de Bom Despacho

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Ex-Prefeito Antônio Leite de Oliveira

Ex-Prefeito Antônio Leite de Oliveira

Antônio Leite de Oliveira

(1959 a 1963 – 1971 a 1973 – 1978 a 1982)

Nascimento: 10 de Setembro de 1917

Filiação: Martinho de Oliveira e Genoveva Teixeira de Oliveira

Cônjuge (s): Josefina Gontijo

Filhos: Ronaldo Gontijo de Oliveira; Alfredo Gontijo Campos de Oliveira; Sílvia Gontijo de Oliveira; Daniel Gontijo de Oliveira; Angelita Gontijo de Oliveira; Maria Thereza Gontijo de Oliveira.

Ocupação principal: Fazendeiro, empresário e político

Falecimento: 30 de Março de 1984

Filho de Martinho de Oliveira e Genoveva Teixeira de Oliveira, Antônio nasceu em 10 de Setembro de 1917 e, durante toda sua vida residiu em Bom Despacho. Foi prefeito por três mandatos, conquistados através de eleições diretas, entre 1958 e 1982.

Quando criança, Antônio Leite de Oliveira teve intenso contato com a natureza. Era um menino ativo, gostava de brincar e participar de jogos nas ruas da cidade, o que muito preocupava sua mãe. Segundo relatos de seus parentes, na escola, foi um aluno bastante peralta com as professoras. Na adolescência, começou a trabalhar numa indústria de produtos alimentícios. Por volta dos seus vinte anos, Antônio destacava-se pelo seu físico. Rapaz esbelto com corpo de atleta, educado e de boa paz.

Casou-se com Josefina Gontijo, aos 26 anos de idade, em 1943. Sua companheira, a partir daí, passou assinar seu nome, tornando-se Josefina Gontijo Leite. O novo casal foi morar na fazenda do sogro de Antônio, no Córrego da Areia, imediações do atual Bairro Babilônia, bem próximo à cidade.

Antônio e Josefina tiveram seis filhos: Ronaldo Gontijo de Oliveira; Alfredo Gontijo de Oliveira; Sílvia Gontijo de Oliveira; Daniel Gontijo de Oliveira; Angelita Gontijo de Oliveira; Maria Thereza Gontijo de Oliveira.

Após o casamento, Antônio foi trabalhar na exploração de madeira na Serra da Canastra, atividade arriscada e difícil, uma vez que os equipamentos eram rústicos e perigosos. Apesar do risco, este trabalho lhe proporcionou a experiência necessária para trabalhar, posteriormente, na exploração de cristal.

Neste contexto, o mundo passava por uma revolução tecnológica na área das comunicações, essas novas tecnologias demandavam uma grande quantidade de cristal-de-rocha, o quartzo. Bom Despacho, por sua vez, possui uma terra rica em cristal-de-rocha. Começava a era dos garimpos de cristal. Antônio Leite tornou-se um dos grandes pioneiros na exploração do quartzo, que durante duas décadas acumulou fortuna e prestígio social.

O sucesso no trabalho e nos negócios projeta-o na sociedade conservadora de Bom Despacho”. Guerra, pag 26. Líder dos garimpeiros, trouxe riquezas para a cidade e cultivou a simpatia do povo. Desta forma, o empresário conquista espaço entre as classes privilegiadas da sociedade bom-despachense e também dos menos favorecidos.

No fim da década de 1950, os políticos da cidade começaram a se agitar com a eleição para a Prefeitura. Antônio Leite lança candidatura pela UDN (União Democrática Nacional), partido de tendência liberal, composto por intelectuais da elite brasileira. Seu adversário era o coronel João Pedro de Araújo, candidato pela coligação PSD-PTB. A vitória de Antônio Leite foi expressiva assumindo o seu primeiro mandato como prefeito, em 1º de fevereiro de 1959.

Uma das maiores preocupações de Antônio Leite foi com a educação. Durante seu mandato, “construiu 15 escolas rurais, conseguiu do Governo do Estado uma grande reforma do Grupo Escolar Cel. Praxedes, a construção de dois grupos escolares de estrutura metálica e a instalação do Curso Normal na Escola Estadual Miguel Gontijo” Guerra. Mesmo com recursos escassos, como era normal na época, Antônio ainda reformou o serviço de abastecimento d’água, instalou telefone e água nos povoados, angariou suporte financeiro para a construção do Fórum Hudson Gouthier, para a elaboração da Planta Cadastral da cidade e, por fim, conseguiu obter uma possante motoniveladora para melhorar as estradas rurais.

De acordo com Jacinto Guerra, diante da escassez de recursos públicos, Antônio Leite, em vários momentos, completou a folha de pagamentos dos funcionários da Prefeitura. “Isto não o preocupava, pois o sucesso empresarial assegurava os recursos para o ônus”. Todavia, este sucesso seria interrompido, pois, em meados da década de 1960, os laboratórios de países do chamado Primeiro Mundo começaram a produzir quartzo de qualidade superior ao cristal importado do Brasil. Desta forma, o cristal-de-rocha brasileiro perdeu seu valor financeiro e Antônio Leite passou a focar unicamente na carreira política.

Em 1971, elege-se para a Prefeitura novamente, desta vez para um mandato-tampão de 2 anos. Durante o período ditatorial, filiou-se à Arena, partido do governo e com isso conseguiu afastar as perseguições políticas e a repressão, tão comuns nessa época.

Seu terceiro e último mandato foi em 1978, período em que a Ditadura Militar entrava numa forte crise, principalmente no setor econômico. Durante este período, conseguiu administrar as finanças públicas e manter o pagamento dos funcionários da Prefeitura em dia. 1982 foi o último ano de seu mandato, estava com 67 anos de idade.

Como todo Prefeito, teve seus apoiadores, mas também enfrentou críticas. Contudo, o fato é que Antônio Leite de Oliveira foi um dos personagens históricos de Bom Despacho e permanece vivo na memória de grande parte da população. Em sua homenagem deram seu nome a Praça São José, o plenário da Câmara de Vereadores, o Paço Municipal e o Estádio do Cristalino.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

GUERRA, Jacinto. Gente de Bom Despacho: histórias de quem bebe água da Biquinha. Brasília: Thesaurus, 2003.

RESENDE, Fernando Humberto de. Bom Despacho 300 anos: homens que a construíram. Tomo III: da Segunda Guerra Mundial (1940) à inauguração da BR-262 (1969). São Paulo: Scortecci, 2018.